Nós estávamos
na cama, prontos para dormir. Ele - meu irmão de seis anos, o João - do lado
direito, com o rosto virado para mim e eu do lado esquerdo, de bruços, com a
cabeça virada para o seu lado. Até que
lembrei de pedir a João para me acordar no dia seguinte, já que ele levanta
cedo todos os dias para ir a escola. Ele questionou porque eu deveria acordar
cedo e eu lhe disse:
- Porque eu
tenho que trabalhar, meu amor. Chegar cedo no posto.
- Você tem
que chegar cedo se não sua chefe briga com você? – questionou ele.
- Sim, isso
mesmo. É que não tenho conseguido dormir, fico com insônia e não consigo
acordar sozinha de manhã. Por isso te peço para me acordar.
- Você fica
pensando em que quando vai dormir? – perguntou, olhando atentamente para mim.
- Em um monte
de coisas... – falei reflexiva.
- Olha,
primeiro você tem que deixar a cabeça sem pensar em nada e vai dormir. Tem que
deixar o cérebro vazio quando for dormir e cheio quando acordar. – filosofou meu
João.
Peguei meu
celular e comecei a anotar o que ele havia me dito.
- O que você
está fazendo? – Perguntou João.
- Estou
anotando o que você disse.
- Isso. Aí
você lê isso aí todos os dias, disse.
Olhei para
ele e sorri:
- Vou ler
todos os dias.
Ainda
continuamos conversando sobre outras coisas e eu disse que iria ligar a música
no celular, pois me ajudava a dormir. Depois de alguns minutos e silêncio pairou
no quarto. Ao olhar para o lado, meu João estava a dormir.
Meu cérebro não
estava vazio, mas estava com pensamentos radiantes. Tenho um filósofo de seis
anos em casa, que me ensina coisas da vida que eu me esqueço de perceber, notar
e refletir. É uma criança que me entende e me sente. Naquele dia tive mais uma
noite insônia. Mas dessa vez foi diferente, pois carregada em meus pensamentos um
sentimento que não sei explicar, mas que me fez sentir ser a irmã-mãe mais
feliz do mundo! João dá cor aos meus dias.
Ps.: Esta é uma história real.
Um comentário:
Meu Deus !!!!
Que coisa mais linda !
Postar um comentário