sábado, 11 de dezembro de 2010

O encanto do Jornalismo no Recôncavo



Como diz meu perfil aí ao lado, sou estudante de jornalismo, portanto estou sempre em contato com o público, palavras e fotografias. Esse semestre, tive uma disciplina chamada Jornalismo Impresso I, que produzidos nosso jornal laboratório Reverso. Para mim, foi uma experiência fantástica, ver as notícias de Cachoeira e Recôncavo sendo veiculadas, sendo que foram produzidas por nós. Ao ler as matérias, pude descobrir as características de cada um de nós, suas preferências, a escrita, enfim...

Na verdade esse post é referente a esse trabalho de escrever, retratar o que se passa em nossa comunidade e principalmente o retorno que temos com o público que entrevistamos e que nos lê. As pessoas ficam curiosas para ser o que foi publicado na mais recente edição, cobram o jornal, quando atrasa, uns perguntam se paga, nos gritam pela rua pedindo a edição, fazem as críticas construtivas, sugerem pautas, nos elogiam e se envolvem no processo de construção.

Igreja de Santa Bárbara, em São Félix. Foto: Marília Marques
No mês de setembro, fiz uma visita junto com mais duas colegas, Josiane e Marília, a uma rua chamada Ladeira do Milagre, na cidade de São Félix. Lá fomos em busca de informações de uma fonte que muitos afirmam que é de água sagrada, a fonte de Santa Bárbara. A pesquisa e entrevistas foram interessantes. Fiquei fascinada pela narrativa oral, que possibilita várias versões de uma só história e junto com a repórter Josiane, construí uma matéria sobre a fonte - Águas que curam.

Nesse universo conheci Dona Lucinha, que é responsável pelos cuidados da pequena igreja de Santa Bárbara. No início ela foi resistente, não quis nos contar nada sobre a história da fonte, mas um pouco mais de conversa ela acabou nos dando a chave da igreja para conhecermos o seu interior. Depois de colhermos todas as informações necessárias, fomos para casa e continuamos a produzir e produzir.

Depois dos dois meses após o dia que fomos lá, resolvi que deveríamos retornar ao local para mostrar o resultado da matéria. Então, junto com Marília, retornamos àquela ladeira, debaixo do sol do Recôncavo, com os jornais em mãos e à procura de Dona Lucinha, que estava sentada em frente a igreja costurando.

De início ela não lembrou da gente, mas quando falamos sobre a matéria ela recordou-se e ficou feliz quando demos o jornal. Achei graça quando ela nos perguntou se tínhamos almoçado (ainda bem que não! risos) e quando dei por conta estávamos em sua mesa comendo uma moqueca de peixe maravilhosa.

Tiramos fotos, contamos sobre nossas aventuras no jornalismo e rimos muito com seu jeito irreverente e acolhedor. Pra mim foi muito gratificante retornar àquele local e ter esse reconhecimento em virtude do meu trabalho. Dona Lucinha é uma pessoa magnífica, de uma alegria contagiante e fé. Que abriu sua casa e depositou total confiança na gente. Nesse dia, me senti realizada por estar envolvida com o jornalismo, principalmente pelo papel que estamos realizando no Recôncavo, de mostrar o que nossa gente produz e tem pra contar. Para mim é mais gratificante ainda por ter me criado nessa região, que muitas vezes ficou esquecida e que hoje salta rumo ao infinito!

Dona Lucinha é um exemplo de simplicidade, carisma e dedicação.

3 comentários:

Diogo de Oliveira disse...

Que belo relato. Ainda bem que temos um outra face do jornalismo além da que é perpetuada na mente de alguns cultos incautos.
Bjus

Marília Marques disse...

Não tinha conseguido comentar antes, Lore.

...Dona Lucinha foi um exemplo de como podemos conquistar a confiança das pessoas e depois, ainda mais na prática da nossa futura profissão, resta-nos apenas mostrar gratidão sincera. E agindo assim fomos bem acolhidas.
Ela nos fez sentir bem, nos mostrou carinho e revelou uma das muitas faces do Recôncavo.

Cachoeira tem um encanto e vc, Ló, como moradora daí tem conseguido me mostrar isso.
É maravilhoso mesmo de ver as pessoas encantadas, à espera do nosso Reverso. Algumas vezes a desconfiança, outras o riso e a surpresa.

Obridaga e parabéns pelo texto.
[Sabe que eu gosto muito de lê-los.]

Um beijo grande, Ena.

Jô Moraes disse...

Muito bem, jogue duro e fale o que tiver que falar.
Agir, pensar, fazer...

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