© Agócs Írisz |
Ilha das Flores, 14 de janeiro de 1994
Noel,
Quando você me pediu uma carta, eu nunca quis escrever. Não quis escrever quando morava aqui ao meu lado. Nem quando você foi embora. Nem quando voltou. Não quis escrever quando a gente se amou pela primeira vez e nem pela última.
E hoje eu te dou esta carta. A carta que eu nunca te enviei. Mas agora você não está mais aqui. Você disse adeus. Mas não aquele adeus que você dizia e voltava. É um adeus sem mais. Sem mais retorno, sem mais beijos, abraços, sem mais amor, sem você. O que restou foi apenas a saudade.
Será que é pedir demais querer quem se
ama? O amor não manda carta-aviso, não marca hora e nem lugar pra chegar. Ele
simplesmente chega e se apossa de nós. É isso que ele faz comigo. Me faz
ter saudades, chorar, querer bem, cuidar e me entregar.
Te quero. Mas não te quero por uma
noite ou por alguns dias. Te quero sempre. Inteiro e intenso. Te quero em
prosa, romance e poesia. Te quero em comédia, ação e aventura. Te quero formal
e informal. Te quero na sala, na escada e na cama. Te quero de dia e a noite.
Te quero em meu colo, em meus braços, em meus lábios. Te quero cheia de amor.
Te quero enquanto houver amor.
Me toma em seus braços, me chama de menina e me
faz mulher. Vem matar essa saudade. A cama está fria sem você. Vamos nos amar sem medo. Sem medo de ser feliz!
Hoje eu abri meu coração. Coloquei cama e sofá pra te receber. Vem me amar mais uma vez.
Com amor, Bia.
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