sábado, 16 de maio de 2009

Pequenas perdas

"Perder-se significa ir achando
e nem saber que fazer
do que se for achando."
Clarice Lispector

Perda grande, perda pequena. Seja um pente ou um amor, salvo as devidas proporções, fará falta, com certeza. E digo isso por experiência. Sou um eterno perdedor. Perdedor de papéis, perdedor de momentos, de pessoas. Perco a hora, perco o foco, perco o tesão pelas coisas. Se você já perdeu algo ou alguém, deve saber bem do que eu estou falando. Daquele momentâneo desespero por não saber em que raio de bolso você guardou aquele papel anotado o nome e o telefone dela, ou dele. Daquela ponta de saudade que dá quando você abraça um amigo por saber que ele vai embora, seja por ora, por meses ou pra sempre, e já te aviso que se for pra sempre vai doer muito mais. Perder momentos é dolorido também, principalmente porque momentos não se repetem jamais. Um por do sol que você não assistiu, uma festa que pré julgou ser chata, uma piscada malandra, que você não viu porque não olhou pra trás. Aparentemente, são pequenas perdas e só.

Perder esvazia a gente. Cada coisa, pessoa, que a gente perde, leva um pedacinho nosso. E é justamente esse pedacinho que nos faz revirar a gaveta, a casa, a rua, a cidade procurando e procurando pelo bentido pedacinho-seu daquela sua coisa. Dependendo do que for, leva um pedação. Aí perde-se um braço, um pulmão, dois litros de sangue e mais de três terços do seu coração. É por isso que dói, que faz falta.

Eu tenho perdido o time de algumas coisas. Tenho perdido algumas pessoas. Perder sem achar. Faz falta.

Lucas
http://dreadluc.blogspot.com/

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